quinta-feira, 26 de março de 2015

Curriculo(s) de Matemática

Carlos Albuquerque, co-autor do documento "A Matemática na Formação Inicial de Professores" (que mantém total atualidade), matemático aplicado na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, apresentou uma perspetiva de matemático muito diferente da mais falada hoje em dia, colocando em causa a visão da Matemática dos atuais programas do Ensino Básico. Citando repetidamente
A EXPERIÊNCIA MATEMÁTICA de Philip Davis e Reuben Hersh, explicou quais as diferentes visões da matemática, e as diferentes formas de fazer matemática. Gian Carlo Rota, na introdução que escreveu a esse livro, afirma mesmo que "proof, far form being the core of discovery, is more often than not a way of making sure that our minds are not playing tricks" (ver aqui). Citando um artigo do American Mathematical Monthly de 1962, sublinhou que a atividade mais importante é reconhecer um conceito matemático em, ou extraí-lo de, uma dada situação concreta.
Sublinhou as formas de atividade matemática ("mathematical practice") contidas nos Common Core Standards e praticamente ausentes dos programas atuais do Ensino Básico. Defendeu que a memorização, as rotinas e os automatismos são essenciais mas não devem ser o centro do curriculo, deve haver um equilíbrio entre memorização e compreensão. Considerou inaceitáveis as restrições ao uso da tecnologia, em clara contradição com o que Sebastião e Silva já defendia há 50 anos atrás.
Entende que o caminho a trilhar é avançar nas reformas educativas integrando o ponto de vista dos matemáticos, o que é extremamente exigente para todos os envolvidos a começar pelos professores. Tal obriga a repensar a formação inicial e contínua de professores.


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