sábado, 28 de março de 2015

"Lógica nos programas de Matemática"

A sala era pequena para ouvir António Fernandes, lógico de profissão, analisar os programas e Metas de Matemática na parte da Lógica. É pena que se mantenham tantos erros e incongruências nos programas e Metas nesta área e os especialistas não sejam chamados a contribuir!

Havia pessoas em pé, sentadas no chão, só não havia pessoas penduradas no teto!



O orador deu vários exemplos dos erros e incongruências. Uma delas tem a ver com a afirmação da Meta GM9 2.3: "Saber que na forma histórica original da Axiomática de Euclides se distinguiam «postulados» de «axiomas», de acordo com o que se supunha ser o respetivo grau de evidência e domínio de aplicabilidade, e que nas axiomáticas atuais essa distinção não é feita". Afirmou que hoje podem não se usar tais termos mas que há distinções entre vários tipos de axiomas. Se se quer enfatizar uma diferença com o passado, é mais significativo que no passado os axiomas eram considerados pontos de partida evidentes mas que os axiomas de hoje são tudo menos evidentes.
Consierou também despropositada a ênfase nas tabelas de verdade, em que parece que se quer reduzir a lógica às tabelas de verdade, o que é errado pois a aritmética também não se reduz à tabuada.
Defendeu que o papel da escola não é ensinar coisas muito técnicas mas sim a de criar uma atitude racional, que não deve ser algo do 9º ou do 10º ano (onde está concentrada a lógica) mas sim de todo o curriculo.
António Fernandes terminou apelando à cautela para não darmos razão à afirmação do matemático e filósofo Bertrand Russell: "Os homens nascem ignorantes, não estúpidos. Eles se tornam estúpidos pela educação".





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